Ave canora
Ave que imita o latir dos cães.
Paulo Moreira Lopes, in Cão noturno e glossário canino, no prelo.
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Ave que imita o latir dos cães.
Paulo Moreira Lopes, in Cão noturno e glossário canino, no prelo.
Ameaçar outrem com ferradelas de cão.
Paulo Moreira Lopes, in Cão noturno e glossário canino, no prelo.
Sim, porque a estrada também se move. Ela caminha por planícies, vales e encostas. Para contornar as montanhas, segue aos esses, pondo um pé[1] aqui e outro acolá e levantando a crista[2] nos pontos mais altos. E, quando necessário, ganha asas[3] e voa sobre rios, ribeiros, pântanos e até sobre vilas e cidades[4]. Outras vezes, quando está cansada da viagem, espraia-se debaixo das árvores[5]. De tempos a tempos, debruça-se sobre a paisagem e contempla maravilhada o horizonte[6]. Quem dá vida a este ser somos todos nós: através da aquisição da propriedade por via de direito privado, por expropriação amigável ou então por força[7] da expropriação litigiosa. Em resumo, a estrada não pára em parte nenhuma, e mesmo que digam que não tem saída, ela salta para o interior da nossa imaginação.
Vila Nova de Gaia, 14 de junho de 2013.
[1] O limite do terreno do Estado, nos casos de taludes em aterro, presume-se situar no pé destes.
[2] Quando a construção da estrada implica a existência de taludes de escavação, aquele limite localiza-se na crista dos mesmos.
[3] Em forma de pilares.
[4] O pássaro assemelhar-se-á a um viaduto e uma das cidades sobre a qual sobrevoa (voo rasante) é a de Valongo.
[5] Corresponde aos parques de repouso.
[6] São os miradouros, os quais não servem só para mirar o rio Douro (EN 108 e EN 222).
[7] A palavra, aqui, é aplicada com propriedade, ou seja, é à força.
O João Manuel após ter perdido a casa-avô passou a ser como um lugar mal situado. À procura do seu espaço, entrou neste reino do lado sul, vindo de S. Martinho da Gândara, em Oliveira de Azeméis. Cá dentro, ainda esteve em Valadares, parando agora ali em Lordelo do Ouro, a um pulinho do Jardim Botânico e da abandonada Casa das Artes. Um poeta andante é o que ele é. →
- É o apuro.
Despedimo-nos e fomos comer a francesinha de que ela tanto gosta. Durante a refeição escapou-lhe, entre tantos apuros, a observação:
- O molho está muito bom. Está apurado!
Vilar de Andorinho, V. N. de Gaia, 1 de junho de 2013.
Um destes dias, cruzei-me com uma carrinha da HERTZ e tive uma boa sensação. Eram as letras que combinavam tão bem[1]. Havia ali harmonia. Em vez de ver letras juntas, parecia estar a ver uma letra só.
HERTZ pode ser escrito de variadas maneiras, mas aquela é muito mais agradável ao olhar, transmite mais conforto (será a satisfação de outro sentido?).
[1] Eu era capaz de aperfeiçoar ainda mais a palavra: diminuía o ângulo do pescoço do R de modo a nivelar a cabeça com o braço do T, que se encontra na horizontalidade (ângulo raso). Então seria a perfeição absoluta.