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Histórias mal contadas

São factos do quotidiano, aparentemente sem qualquer importância, aos quais o autor dá a relevância do absoluto, do todo. É a sua obra-prima, sem prejuízo de outro entendimento.

Histórias mal contadas

São factos do quotidiano, aparentemente sem qualquer importância, aos quais o autor dá a relevância do absoluto, do todo. É a sua obra-prima, sem prejuízo de outro entendimento.

28.Set.13

Diálogos conjugais VI

- Onde estás?

- No escritório. E tu?

- No escritório.

 

Começamos com marcação à zona (1.º ano). Depois evoluímos para a marcação mista (namoro). Hoje é marcação cônjuge a cônjuge. Não deveria ter sido ao contrário?

 

Vila Nova de Gaia, 28 de setembro de 2013.

24.Set.13

Também pode votar em Zuleta

 

Aberta, oficialmente, a época da caça ao voto, fomos descobrir um candidato do outro mundo. Chama-se Raúl Zuleta, nasceu em Guarne, uma pequena cidade do estado de Antioquia, na Colômbia. Descansem os filiados ou independentes que Zuleta não concorre a nenhum cargo autárquico. Tem, simplesmente, um cartoon a votos ao prémio do público na última edição do Portocartoon, cujo tema é a corrupção na justiça. Se ganhar poderá visitar-nos em 2014. 

22.Set.13

Homens da rede

Ocupas[1].

 

in Cão Noturno perseguido por Glossário Canino, escreveu Paulo Moreira Lopes, ilustrou Rui Sousa, Euedito, página 22.



[1] Nos termos do artigo 1318.º, do Código Civil, com o título: Coisas suscetíveis de ocupação, diz-se que podem ser adquiridos por ocupação os animais e outras coisas móveis que nunca tiveram dono, ou foram abandonados, perdidos ou escondidos pelos seus proprietários (o negrito é nosso).

22.Set.13

Angie

 

 

- Pai, a Angela Merkel é da CDU? Ela é comunista?

 

Respondi afirmativamente com uma pequena correção, a de que tinha sido comunista quando jovem (como todos nós, provavelmente).

 

O tempo de juventude dela foi um tempo de grandes paixões, que o diga Mick Jagger.

 

Vila Nova de Gaia, 21 de setembro de 2013.

22.Set.13

A BULA de Setembro

Em setembro, A BULA conta-nos histórias sobre o homem que…. Não contamos mais. Talvez seja melhor saber por si, evitando interpostas pessoas, especialmente o homem que cortava a direito. Que o diga Augusto Baptista que o conhecia muito bem. Já agora, caso tenha dificuldades na leitura aconselhamos o uso de instrumento composto de lente para auxílio da vista. Tempo de leitura previsto: 15 minutos, podendo variar, consoante a idade, peso e o grau académico do leitor. Caso não consiga consumir ao fim de 30 minutos recorra à ajuda de um familiar e se o problema persistir consulte o MEC.

 

Para fazer download basta clicar na imagem.

 

Ver criação d’ A BULA  aqui.

18.Set.13

A "Mulher Livre" de Zuleta

 

El 2012 hubo diferentes concursos sobre el tema de la mujer. Esa idea surgió cuando me hice la pregunta ¿Cómo podría cambiar las situaciones de las mujeres? Eso me llevo a la escena de Adán y Eva, porque fue allí donde comencé la desigualdad con la mujer, de ahí luego de varios dibujos surgió esta caricatura. Con esa caricatura participe en el I Salão Internacional de Humor Gráfico de Pernambuco BRASIL 2012. Seguidamente envié la caricatura a Colombia para el concurso XIX Festival internacional de caricatura cartoon-rendon 2012, donde me gané una mención de honor. De ahí la caricatura empezó a divulgarse en facebook, donde mujeres de todo el mundo compartieron la caricatura cerca de 8.000 veces. Seguidamente logre publicar la caricatura en el Periódico El Mundo de Karry en Perú, y gracias a esa publicación gane uno de los premios en importante concurso del World Press Cartoon 2013 en Portugal, lo cual me permitió conocer su país. Y finalmente, en el 5º Concurso Internacional de caricatura Ciudad de las Ideas 2013 en México, recién logré con esa misma caricatura el segundo puesto en dicho concurso.

 

Por Raúl Fernando Zuleta (1983)

15.Set.13

Gavetas

 

Odeio gavetas. É verdade. Odeio a gaveta e as gavetas. São, para mim, sinónimo de desleixo e de falta de controlo do mundo que me rodeia. É que eu tenho a certeza que estando uma coisa escondida da minha vista necessariamente a esquecerei. E se for uma coisa importante a situação é grave, muito grave.

 

Por isso, decidi, desde cedo, que as tarefas a realizar têm de estar materializadas em papel e sobre a mesa, bem perto de mim. Tenho de tocar a tarefa, ordenar as folhas e ajustar o clip, caso exista. Apalpá-la e dispô-la de maneira a ser resolvida. Tenho de vê-la constantemente até ao momento em que a ataco, a agarro bem firme com as mãos do pensamento e a resolvo. Leve o tempo que levar, não paro enquanto não estiver resolvida. Depois é um alívio levá-la para o arquivo, bem longe da vista. Fica arrumadinha.

 

As gavetas que mais odeio (nisto também há graus) são aquelas que tenho em casa e em que acumulo, dia após dia, coisas que vou recebendo no correio ou que vejo no exterior (folhetos, bilhetes de cinema, catálogos de exposições, etc). Guardo-as naqueles lugares fechados até que a coragem me chegue para as eliminar. E o dia chega. Tem de chegar, pois forço-me a revisitar tais lugares ocultos. É um sacrifício mexer naqueles pedaços da memória, optar por aqueles que irão morrer para sempre. São vários os momentos que ocorrem em contínuo: olho a coisa (geralmente papel), revisito a memória, localizo a sua história, avalio a sua necessidade na minha vida (os prós e os contra), tomo a decisão sempre sem remorsos e zás: ou rasgo-a, se for papel, ou deito-a ao lixo, se for outro objeto. Se houver hesitações durante o processo então fica em pousio, até nova monda. As que sobrevivem são mais uma vez tocadas, acarinhadas ou folheadas. Quando fecho a gaveta sinto-me em paz.

 

Com as gavetas dela e do rapaz a situação é de autêntica guerra familiar. Quando sugiro arrumações (a ele imponho) eles parecem outros, transformam-se. Olham-me furiosos e desafiam-me a manter o status quo. Acabo por vencer (com ela o convencimento, às vezes, dura dias). Depois é uma luta gaveta a gaveta, papel a papel, coisa a coisa. São negociações atrás de negociações. No final, a vitória tem um sabor muito amargo. Se, por um lado, fico sempre insatisfeito, pois, invariavelmente, acho que podíamos ir mais longe no rasganço das coisas deles. Por outro, quando fecho as gavetas deles sinto-me muito culpado. É uma situação que tenho de rever.

 

Por fim, há os casos das gavetas menos más. São aquelas em que por questões de eficiência a cada gaveta corresponde um tipo de coisas, geralmente vestuário. E se o seu conteúdo é uniforme, sem hipóteses de opção (meias todas pretas ou camisolas interiores todas brancas) então a gaveta é quase boa, quase minha amiga. Esta última situação é muito cómoda, pois se penso num objeto associo logo àquela gaveta. Não falha. Daí dizer que a gaveta é quase minha amiga.

 

A exceção a esta repulsa continua a ser o gavetão do meu primo que quase flutuava no lago. É a única gaveta de que gosto muito e da qual sinto saudades.

 

Vila Nova de Gaia, 15 de setembro de 2013.

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