Virgindade
Mas são ainda muito novos, e quero que a leve limpa quando a receber.
Miguel Torga, in Vindima, 5.ª edição, página 9.
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Mas são ainda muito novos, e quero que a leve limpa quando a receber.
Miguel Torga, in Vindima, 5.ª edição, página 9.
É um rapaz ajeitado, respeitador, com alguma coisa de seu.
Miguel Torga, in Vindima, 5.ª edição, página 9.
Nascida no âmago da cidade, a Manuela ali continua a residir. Tem o privilégio, quando regressa a casa, de dizer: Bonfim! Não é para todos. Gosta de fotografia de rua, quer seja aqui, quer seja noutro lugar. É o que diz. Mas a objetiva, não se sabe porquê, tende-lhe mais para o Porto sob o nevoeiro, para o fim de dia na Invicta, para o estuário do Douro, para o mercado do Bolhão, para o mercado do Bom Sucesso ou para o lavadouro público na Afurada. Enfim, foge-lhe a câmara para a verdade! →
Eestamos no pico do Inverno. É o período do ano mais agressivo para o nosso corpo, fragilizando-o e expondo-o aos mais variados vírus, sendo o mais frequente o designado por influenza e responsável pela gripe. Para reforçar a nossa imunidade decidimos consultar Alexandra Malheiro, que nos aviou sete poemas para o presente mês de fevereiro. De modo a facilitar a toma, Correia d’Abreu ilustrou a receita. O titular daAutorização de Introdução no Mercado e Fabricante d’A BULA é o Correio do Porto e foi aprovada pela última vez no dia 31 de janeiro de 2014.
Para fazer download basta clicar na imagem.
Ver criação d’ A BULA aqui.
A cena repete-se há mais de trinta anos. Mal os primeiros rebentos se me tornaram fartos, muni-me de uma lâmina e iniciei a delicada tarefa de os segar. E assim venho fazendo ininterruptamente até aos dias de hoje. O sacrifício começa logo de manhãzinha, às vezes meio tonto. Com movimentos verticais, horizontais ou oblíquos, tanto dá, não há rebento que me escape. Se a lâmina está mais afiada ou então a pontaria menos acertada, é normal golpear-me na superfície. Para limpar os destroços enxaguo-me com água bem fria. Por fim, ergo a cabeça e refletido no espelho vejo-me um Cristo, mas de cara lavada.
Vila Nova de Gaia, 13 de fevereiro de 2014.
Foi num sábado. Como é meu costume, saí em direção ao jardim. Subi por detrás da escola, do lado esquerdo, e quando cheguei ao cimo atravessei a rua para o outro lado. Segui quase em linha reta até ao quiosque. Lá no alto o Mestre mirava-me de esguelha. Pedi o que queria. Deu-mo dobrado e quando o pousou em cima do balcão ele mexeu-se. A mulher então exclamou: Está vivo! Peguei nele com todo o cuidado. Ainda respirava, muito sofregamente, mas respirava. Dentro do café, que fica ali próximo, deitei-o devagarinho sobre a mesa. Depois folhei-o com todo o vagar até se deixar morrer no meu olhar.
Vila Nova de Gaia, 9 de fevereiro de 2014.
Para os mais próximos é o Manel e para os mais afastados é o Manuel ou o Santos, mas o que ele prefere é que o tratem por Leunam. Gosta de ler e desenhar a realidade ao contrário. Assim o dizem e demonstram os cartoons e ilustrações que vem dando à estampa nos vários jornais e revistas com quem tem vindo a colaborar nos concelhos de Valongo e do Porto. E para quem deseja a Lua e ignora a moeda que está caída aos seus pés, como afirma, nada melhor do que exercer a profissão de técnico de carga aérea. Não pode é trabalhar com os olhos fechados em êxtase. →
- Então o que é que eu trago?
- Trazes A. Senão houver A, trazes B. Senão houver B trazes C. Senão houver C trazes D.
- Está bem. Senão houver A eu depois telefono-te.
É impossível acompanhar o pensamento alternativo dela. E quando é intercalado com à partes (onde, quando e como conheceu a coisa ou a pessoa) e pormenores (cores, dimensão e preço da coisa), é para esquecer logo que surja o primeiro parêntesis.
Vila Nova de Gaia, 9 de fevereiro de 2014.
- Paulo, estás a ver o que te estou a dizer?
- Não.
- Podias ter logo dito!
Quando me descreve pormenores da casa, nem sempre consigo ver o que me diz. Não compreendo é a irritação dela, sabendo há mais de vinte anos que sou míope.
Vila Nova de Gaia, 7 de fevereiro de 2014.