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Histórias mal contadas

São factos do quotidiano, aparentemente sem qualquer importância, aos quais o autor dá a relevância do absoluto, do todo. É a sua obra-prima, sem prejuízo de outro entendimento.

Histórias mal contadas

São factos do quotidiano, aparentemente sem qualquer importância, aos quais o autor dá a relevância do absoluto, do todo. É a sua obra-prima, sem prejuízo de outro entendimento.

28.Set.14

A BULA de Setembro 2014

 

Neste mês de setembro, em que muitas crianças e jovens iniciam as aulas, selecionamos, de entre a obra inacabada de Teresa Guedes, sete comprimidos elaborados à base de humor, da invenção e do jogo linguísticos, que os podem ajudar a superar algumas das dificuldades (reais ou aparentes) que irão encontrar nos próximos dias. A ilustração é do Leunam e o titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante d’A BULA é o Correio do Porto, tendo esta sido aprovada pela última vez no dia 31 de agosto de 2014.

 

Para fazer download basta clicar na imagem.

 

Ver criação d’ A BULA  aqui.

27.Set.14

A BULA de Agosto 2014

 

Sem esta terra funda e fundo rio que ergue as asas e sobe em claro vôo, sem estes ermos montes e arvoredos, Teixeira de Pascoaes não viria a ser o que foi e não teria escrito o que escreveu. E nós não teríamos os quatro comprimidos literários (ou serão extensivos?) e a elegia do amor que compõem A BULA de Agosto. Resta acrescentar que a ilustração é de Constança Araújo Amador, o titular da Autorização de Introdução no Mercado e Fabricante d’A BULA é o Correio do Porto, e que esta foi aprovada pela última vez no dia 31 de julho de 2014.

 

Para fazer download basta clicar na imagem.

 

Ver criação d’ A BULA  aqui.

26.Set.14

Já chegaram os Corvos-marinhos!

 

Em meados do presente mês foi visível a chegada de alguns exemplares de Corvos-marinhos ao Estuário do Douro, mais propriamente a espécie Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo). Já a espécie do Corvo-marinho-de-crista (Phalacrocorax aristotelis) é muito rara no Estuário.

 

Desde sempre houve Corvos-marinhos no Estuário do Douro e noutros pontos da costa portuguesa; em Peniche há, mesmo, um penedo costeiro chamado “Nau dos Corvos”, pois tem sempre os Corvos-marinhos pousados.

 

Nos últimos anos a população desta espécie (Phalacrocorax carbo) tem vindo a aumentar e, no inverno, podem ver-se às centenas no Estuário do Douro. No mês de abril do próximo ano a maioria daquelas aves deixará as margens do rio de regresso às costas do Atlântico Norte.

21.Set.14

Castro de Arados - Benviver

 

Caminhada do Equinócio de Outono, Alpendorada e Ariz (Marco de Canaveses), 21 de setembro de 2014.

 

NOTAS DA VIAGEM:

  1. Depois de um longo percurso pela EN 108 (para quem vem do centro de Vila Nova de Gaia) e após sucessivas curvas e contracurvas emparedadas por árvores ou taludes ingremes (às vezes parece um túnel), ao entrar na vila de Alpendorada e Matos somos confrontados com uma estrada desafogada. Até ali fazemos a viagem concentrados na plataforma da estrada, já que a seguir a uma curva outra se lhe seguiria (nem dava tempo para levantar a cabeça e apreciar o que nos rodeava). Ao chegar à vila sentimo-nos aliviados. Aqui as retas são mais longas e as margens, nuns casos com paralelepípedos entre a plataforma da estrada e os muros de vedação, e noutros com passeio e muros de vedação baixos (soco encimado por grade), transmitem ao passageiro uma sensação agradável, de conforto e segurança. Será que esta sensação afeta o passageiro de um modo mais evidente por comparação com o trajeto que anteriormente já se fizera (curvas e contracurvas entre margens sufocantes), ou será que o conforto e segurança da via é imanente ao próprio lugar influenciando o utilizador independentemente da experiência vivida por aquele?
  2. No centro de uma rotunda implantada na EN 108 (acesso à A 41 CREP) existe um pórtico com publicidade institucional (C. M. de Gondomar) e privada. São sinais dos tempos (será precário?) ou o espírito do lugar(será definitivo?)?
15.Set.14

Forum de Conimbriga e Tongobriga

No meio da conversa contei-lhe da sensação de bem estar, de tranquilidade, até de transcendência, que senti quando estive no fórum de Conimbriga e de Tongobriga.

 

Disse-me que também o sentira e que já o tinha relatado nos seus estudos.

 

Haverá mais gente a sentir o mesmo?

 

Café Corcel, Porto, 12 de setembro de 2014.

14.Set.14

À esquerda do Peso da Régua

 

Vinha de Tabuaço pela EN 222 em direção ao Peso da Régua. Do meu lado direito corria o rio Douro. Ao chegar às pontes (A24+EN2+estrada desativada) que ligam aquela cidade e o sul do rio Douro, o meu pensamento lógico encaminhou-me para a próxima saída à direita. Digo à direita para alcançar o outro lado do rio, a cidade do Peso da Régua. Só que nada disso aconteceu. Tive de virar à minha esquerda e depois outra vez à esquerda para, finalmente, seguir em frente sobre a ponte (EN2).

 

Travou-se naquele percurso uma luta entre a lógica do meu pensamento que não aceitava a insistência na viragem à esquerda (duas vezes) e a sinalização que me guiava (a realidade dos factos) para a esquerda.

 

Por um lado, o pensamento lógico dizia-me que estava errado, que não podia ser, por outro os sinais de orientação obrigavam-me a seguir naquele sentido, o único sentido de regresso a casa.

 

No final venceram os sinais. Mas não fiquei convencido. A minha lógica não se deu por vencida.

 

Aqui relembro as aulas de filosofia sobre Emanuel Kant. É indiscutível que possuo uma categoria a priori (pensamento lógico?) que me orienta num certo sentido, ou seja, se venho do lado direito da estrada e pretendo atingir a margem do rio sita do meu lado direito então tenho que iniciar a marchar de travessia do meu lado direito (talvez por ser o caminho mais curto?).

 

Só que a realidade contradiz aquela categoria.

 

Quem está errado: a categoria à priori ou a realidade?

 

Só pode ser a realidade.

 

Em conclusão: trata-se de uma solução rodoviária incongruente, que a escassez de recursos financeiros ou a falta do engenho humano assim obrigaram a materializar naquele local para mal da harmonia da nossa lógica mental.

 

NOTAS FINAIS:

  1. Eu acredito que aquela anomalia afeta quem por lá passa, não sei em que medida, mas que desafia a lógica e, consequentemente, provoca mal estar, provoca. E as pessoas daquele lugar de tanto virarem à esquerda, quando deviam virar à direita, ficarão com comportamentos distintos dos restantes? Seguindo a teoria do Possibilismo (Geografia Regional ou Determinismo mitigado) de Vidal de La Blache, depois partilhada em Portugal por Orlando Ribeiro, eu tenho a certeza que sim, em que medida é que não posso quantificar.
  2. Inseri este post na categoria Dopamina na esperança de um dia ainda poder assistir ao desatar daquele nó, o que me transmite sempre alguma satisfação.

Peso da Régua, 11 de setembro de 2014.

07.Set.14

Alexandra Malheiro

 

Nasceu, cresceu e licenciou-se na cidade cinzenta, como a própria gosta de lhe chamar. Hoje continua refém deste território onde vem plantando afetos. Aqui vive e aqui trabalha. Este é o lugar onde sente o cheiro do manjerico pelo S. João, onde ouve o estrelejar dos foguetes (será um lugar de melodias) e de onde avista, sob a luz vertical, uma nesga de rio ou de mar. Sente que esta cidade é o começo e o fim do mundo. Tudo o que escreve tem Porto dentro. É caso para perguntar: Alexandra Malheiro, como faz para ser assim, poema a tempo inteiro?