Bomba de relógio
O livro, qualquer livro é uma proposta feita à sensibilidade, à inteligência do leitor: são elas que em última análise o escrevem. Quanto mais depurada for a proposta (dentro de certos limites, claro está) maior a sua margem de silêncio, maior a sua inesperada carga explosiva. A proposta, a pequena bomba de relógio, é entregue ao leitor. Se a explosão se der ouve-se melhor no silêncio.
Carlos de Oliveira, in O aprendiz de feiticeiro (Micropaisagem), Assírio & Alvim (2004), página 184.
NOTA: João Pedro Mésseder, para descrever a mesma ideia, usou a imagem sugestiva da abertura de uma lata de refrigerante gaseificado.