Convincente
A escrever tem um grande defeito: é muito prolixo. Por muito que escreva de acertado, quando chegamos ao fim do texto já nos esquecemos do princípio e a conclusão não acontece, não existe nenhuma explosão mental (boa = meu ponto de vista ou má ≠ meu ponto de vista)[1].
A falar parece que não filtra o que pensa, daí dizer-se que pensa alto. Talvez, por isso, tenha um discurso credível, sincero, mesmo que se discorde do que diz sem pensar. Eu, pelo menos, tendo a acreditar no que diz, correndo o risco, é certo, de ser enganado. Mas não devo ser o único.
[1] Ao contrário de José António Saraiva, Luís Delgado e do falecido Manuel António Pina, em que as crónicas, quer se goste ou não, são como uma bomba relógio, como dizia Carlos de Oliveira.