São factos do quotidiano, aparentemente sem qualquer importância, aos quais o autor dá a relevância do absoluto, do todo. É a sua obra-prima, sem prejuízo de outro entendimento.
São factos do quotidiano, aparentemente sem qualquer importância, aos quais o autor dá a relevância do absoluto, do todo. É a sua obra-prima, sem prejuízo de outro entendimento.
(Chema Madoz) - Estrela, já acendestes as luzes a esta hora?! - São lâmpadas de crescimento. Se são de crescimento vamos esperar que cresçam antes de chegar a noite. Vila Nova de Gaia, 13 de setembro de 2017.
(Chema Madoz) - Foste buscar o Pedro? - Ao passar na rua vi-o e trouxe-o. - E se não o visses, esperavas por ele? - Claro! - Então foste buscá-lo? - Eh! Confissões maternais. Sem comentários. Vila Nova de Gaia, 23 de março de 2017.
(Chema Madoz) 11:00 – Paulo, eu estou… e depois… a seguir… 11:03 – Ok! Ok! 13:00 - Então sempre vens? 13:01 – Não! Às 11:00h eu tinha-te dito que estava… e depois… a seguir… 13:04 – Ok! Ok! Em vez de ir direta ao assunto relata em pormenor as etapas da manhã. No fim da conversa a safa é anuir. Depois... confirma-se a (...)
(Chema Madoz) - Correu-te bem a tarde? - Sim. Fui ver uma depressão na estrada. - A sério? Não sabia que as depressões tinham chegado às estradas. Ela tem razão. As depressões também chegaram às estradas. Vila Nova de Gaia, 28 de setembro de 2016.
- Quem era? - Perguntaram se era da Oficina Chave Estrela. Agora já somos donos de uma oficina. Estamos a diversificar as áreas de negócio. Vila Nova de Gaia, 25 de agosto de 2016.
- Estrela, já viste este casal?! - É um casal com muita rodagem! Os nossos diálogos estão cada vez mais metafóricos. Santiago de Compostela, Centro Galego de Arte Contemporânea, 18 de agosto de 2016.
- Paulo, ajudas-me a fechar a máquina de lavar a louça?
- Outra vez fora dos carretos?! Tens que ter mais cuidado a empurrar os suportes.
- Nunca me entendi com esta máquina!
É sempre assim. A máquina, convenhamos, já tem uma certa idade, por isso, é normal que tenha alguma dificuldade em cumprir certas tarefas. Temos de ser tolerantes antes que se passe, definitivamente, dos carretos, a máquina, claro!
Vila Nova de Gaia, 14 de dezembro de 2013.
*
Aproveitei (...)
- Traz o meu telemóvel. Estrela. (sms de um número ???)
Consegui com que ela se esquecesse do telemóvel (coisa rara!). Bastou ser simpático e guardar-lhe o telemóvel junto ao meu. Resultado: nunca mais fui simpático por lhe guardar o telemóvel.
Vila Nova de Gaia, 19 de dezembro de 2015.
- Paulo, cortas-me uma fatia de queijo?
- Outra vez?!
Às vezes corto o queijo em fatias grossas. Ela apanha-as logo para as comer. Sabe-lhe bem. Diz que assim (por terem sido cortadas por mim) não sente culpa nenhuma em come-las. Acha que é um desperdício cortá-las grossas. Resultado: ela fica com o queijo e eu com a culpa.
Vila Nova de Gaia, 14 de junho de 2015.
- Estou tão confusa! Já não sei o que faço.
- Fazes bem: faz só o que sabes fazer. Esquece o que não sabes o que fazes.
É o que faz querer fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Eu, ao menos, como só faço uma tarefa de cada vez, sei o que faço.
Vila Nova de Gaia, 24 de dezembro de 2014.