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Histórias mal contadas

São factos do quotidiano, aparentemente sem qualquer importância, aos quais o autor dá a relevância do absoluto, do todo. É a sua obra-prima, sem prejuízo de outro entendimento.

Histórias mal contadas

São factos do quotidiano, aparentemente sem qualquer importância, aos quais o autor dá a relevância do absoluto, do todo. É a sua obra-prima, sem prejuízo de outro entendimento.

01.Jul.14

Guarda-corpos

Paulo Moreira Lopes
 O Técnico, ouvido em tribunal, considerou que “o conceito de guarda-corpos perder-se-ia” se a sua altura fosse aumentada desmesuradamente. “Passaríamos de um guarda-corpos para uma parede”, disse.  Re (...)
15.Dez.13

Furador

Paulo Moreira Lopes
    Adoro furadores, pequenos ou grandes e de qualquer cor. Não é a peça em si que eu estimo, é o que representa, é a utilidade subjacente à coisa que me encanta. Tanto assim é que nunca me afeiçoei a um furador em especial. Como dizia, para mim é sinónimo de organização, arrumação.   Quando penso numa tarefa cujo processo que a sustenta é um conjunto (...)
15.Set.13

Gavetas

Paulo Moreira Lopes
  Odeio gavetas. É verdade. Odeio a gaveta e as gavetas. São, para mim, sinónimo de desleixo e de falta de controlo do mundo que me rodeia. É que eu tenho a certeza que estando uma coisa escondida da minha vista necessariamente a esquecerei. E se for uma coisa importante a situação é grave, muito grave.   Por isso, decidi, desde cedo, que as tarefas a realizar têm de estar (...)
18.Ago.13

Heróis Ocultos

Paulo Moreira Lopes
  ¿Qué hace que un objeto cotidiano se convierta en un héroe oculto?   Debe de ser algo relacionado con una idea ingeniosa, aunque fácilmente comprensible. Los héroes ocultos son objetos que se han fabricado millones de veces, pero que siguen siendo indispensables en el día a día. Han demostrado su valía una y otra vez y, en esencia, han permanecido inalterables durante (...)
28.Jun.13

A sovela

Paulo Moreira Lopes
Ela comprou dois pares de sandálias. Um de cor azul e outro de cor bege. Ambos tinham o mesmo número e estavam confortáveis. Podiam era ficar mais ajustados aos pés. Depois de apertada a fivela, havia uma pequena folga que seria facilmente eliminada com mais um furo. De uma das saídas à praia, no regresso a casa e sem mim, ela procurou um super rápido e furou as hastes de um (...)
24.Jun.13

Rodapé

Paulo Moreira Lopes
  Há palavras cujo sentido(s) ganha mais sentido(s) com o correr do tempo. Vamos atrás do tempo e eis senão quando a propósito de uma atividade ou de um acontecimento a palavra fica mais preenchida, mais rica. É como se nós tivéssemos para cada palavra uma caixa[1] (...)
11.Set.12

O apaga portas

Paulo Moreira Lopes
    As coisas são como são. E para mim, até há bem pouco tempo, duas das portas cá de casa eram duas coisas que rangiam. Chiavam, direi melhor. Um dia, já saturado daquele gemido, no regresso a casa saí na saída seguinte à habitual e comprei um spray para lubrificar as dobradiças das portas. Na companhia do rapaz (há coisas só de homens!) aplicamos o (...)
11.Set.12

As cortinas

Paulo Moreira Lopes
  Durante uma semana, aquando das limpezas gerais, tivemos a cozinha sem cortinas. Tudo seria normal se do outro lado da rua não existisse um outro edifício com quase a mesma altura do nosso. O último andar do prédio em frente está ao nível do nosso que é o penúltimo. Portanto, os nossos vizinhos do outro lado da rua poderiam assistir a tudo o que acontecia na (...)
13.Ago.12

As fichas da discórdia

Paulo Moreira Lopes
  Ficou-nos caro aceitar a oferta.   Desembrulhamos a caixa e lá surgiu o equipamento, na gíria técnica gadget. A surpresa ficou para o fim: a ficha de alimentação de energia tinha três pernos. Um no cimo e dois na parte inferior. O entusiasmo arrefeceu e uma faísca de irritação acendeu. Tratava-se de uma ficha usada no mercado inglês.   Era caso para (...)